Faetec Nilópolis celebra dia da Consciência Negra com espetáculos de cores e dança

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Uma explosão de talentos, cores e sabores marcou a II Feira Integrada de Representatividade realizada pela Faetec Nilópolis, no Paiol, na última sexta, dia 18, para lembrar o Dia da Consciência Negra, celebrado todo dia 20 de novembro. Alunos, professores e a comunidade, envolvidos para celebrar a diversidade.

O espetáculo teve início com uma apresentação de uma dança celebrando a cultura e a força do povo africano. Aluna do curso de Salgadeiro e Garçon, Marcele Conceição Pinto, 20 anos, não conteve a alegria em poder colocar em prática para o público o resultado de semanas de ensaio.

“Ter oportunidade de participar de um evento assim é muito gratificante. Além de estudar num local de excelência, ainda valoriza a minha cultura. Valeu a pena ensaiar durante semanas”, disse a moradora de Nilópolis, ofegante após a apresentação. A parte de dança foi enriquecida com a participação das dançarinas do Instituto de Dança Priscila Ferraz, que conquistaram o público com leveza e talento.

Enquanto as apresentações aconteciam, da cozinha vinha um aroma irresistível de um angu à baiana e de um feijão amigo que seriam distribuídos para o público presente ao fim do evento. Enquanto eram vendidos, a preços módicos, doces e diversos outros quitutes oferecidos por alunos como Estefany da Silva, 23, do curso de Assistente de Recursos Humanos.

“Eu fiz o curso de Empreendedorismo no semestre passado, agora de certa forma, estou colocando em prática o que aprendi”, disse a moradora de São João de Meriti.

Patrícia Monteiro, gestora da unidade, durante sua fala inicial, saldou a presença do público formado por moradores do entorno, alunos, professores e convidados.

“Estamos celebrando e relembrando a luta do negro contra opressão, essa luta antirracista é de todos nós. Devemos respeitar a diversidade e combater a intolerância racial, religiosa e qualquer outro tipo de preconceito. Pois somos diferentes por fora, mas internamente somos todos iguais”, declarou Patrícia, com seu vestido multicolorido inserido na festa.

Em seguida, quem deu seu recado e botou todo mundo para dançar ao som de atabaque, pandeiro e berimbau foram os integrantes do Centro Cultural Alforria Brasil Capoeira (CCABC), sob o comando de Reginaldo Ramos, ou Mestre Artefato Capoeira.

As pessoas ainda foram brindadas com uma apresentação de gala do dançarino Rani, nome artístico de Riam Matheus, 18, convidado pela organização do evento e morador da comunidade, interpretando magistralmente o sucesso “Rap da Felicidade”, dos MCs Cidinho e Doca, interpretada por Alcione, a Marrom.

A alegria reverberada pela riqueza de cores deu a tônica ao evento. Rostos e corpos caprichosamente pintados, turbantes multicoloridos a enfeitarem as cabeças das mulheres. Formada pela Faetec em Técnica de Maquiagem Social e Caracterização para Espetáculo, Renata Pragana, 49, foi uma das responsáveis por “fazer” as cabeças das mulheres presentes e introduzir, através da maquiagem, os artistas do espetáculo ao tema proposto.

“É muita alegria poder retribuir com um pouco do que aprendi na Faetec. Sou ex-aluna da Escola de Artes Técnica Paulo Falcão e também ex-instrutora. Fui convidada a colaborar com o evento. Tenho muito orgulho de fazer parte de tudo isso”, disse Renata.

Um desfile de cores de tirar o fôlego

Referenciar a ancestralidade através do empodeiramento e fortalecer o protagonismo estético como forma de resistência com exaltação da força e beleza de uma cultura continental, plural e milenar. Foi com esse intuito que o desfile, cujo tema “Passado, presente, futuro e consciência” arrebatou o público presente. A apresentação das confecções foi o resultado de integração entre os alunos do Curso Técnico de Modelagem do Vestuário, do programa Novos Caminhos; e de alunos do curso de Qualificação em Costura.

Na passarela, “modelos” de todas as idades, apresentavam modelos finamente acabados e com riquezas de detalhes. Saltavam aos olhos do público o orgulho e o reconhecimento histórico de um povo.

“A ideia é trazer de volta as nossas raízes através da questão de nossa origem africana, do nosso negro hoje e de todas as resistências. E nós usamos isso como inspiração porque isso está no nosso dia a dia e a gente não deixar isso se apagar”, concluiu Tâmisa Pereira, professora do curso de Costura.