Profissionais formados pela FAETEC utilizam a reciclagem para fazer Carnaval sustentável

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A indústria do Carnaval gera novas possibilidades de renda e empregos, movimenta a economia local e propõe novas formas de se pensar a sustentabilidade. Quem aprecia o brilho e os encantos desta festa popular, nem sempre está atento ao que acontece nos bastidores desta fábrica de sonhos.

As matérias primas descartadas de outros tempos, como adereços, retalhos e fantasias, são os principais ingredientes para a composição de novas peças que ainda passarão pela avenida. Reciclagem é a palavra de ordem dentro dos barracões das principais escolas de samba mirins do Rio e muitos deles estão ocupados por profissionais formados nas Escolas de Artes Técnicas da FAETEC.

 

Fotos: Felipe Corrêa / FAETEC

 

O ex-aluno do curso de Aderecista, Thiago Vieira, de 30 anos, conquistou a vaga para trabalhar no barracão da Escola de Samba Pimpolhos da Grande Rio graças ao conteúdo prático que recebeu na unidade da FAETEC especializada em Carnaval, localizada na Mangueira.

– Na escola aprendemos desde sempre a importância de reaproveitar cada elemento que pode fazer a diferença na apresentação de uma nova peça. Guardamos separadamente tudo o que vamos, ou um dia, poderemos utilizar na confecção. Essa consciência nos prepara para dominarmos as verdadeiras necessidades e exigências do mercado de trabalho – explica Thiago.

Dona Nathalia Carreiro, de 74 anos, é outro exemplo de que sempre há tempo para aprender sobre a importância do trabalho coletivo e a sustentabilidade. Após se formar no curso de Modelagem da FAETEC, ela mostra no barracão da Escola de Samba da Mangueira do Amanhã tudo o que aprendeu em sala de aula.

– Não adianta pensar que você vai chegar lá no trabalho e encontrar tudo disponível. A criatividade e a inteligência de saber transformar o que parece descartável, em algo útil é o que cria sensações nas pessoas, e nos moldam em nossa arte. Temos que pensar no conjunto. Mesmo sem saber muito, quando percebemos, o que parecia um trabalho individual compõe um todo que faz a magia do Carnaval acontecer – diz a ex-aluna.

 

 

Para o presidente da Escola de Samba da Mangueira do Amanhã, Soca Silva, pensar em reaproveitamento de materiais já faz parte da rotina de trabalho do barracão mirim que reutiliza e armazena peças antigas que se transformam em diferentes obras de arte.

– Nos temos a obrigação de ensinar as próximas gerações sobre a importância da reciclagem. Do jeito que o mundo anda, tudo tem que ser reciclado. Já trabalhamos com essa ideia faz muito tempo e por consequência fazemos uma festa criativa, consciente e muito econômica – diz o presidente.

De acordo com o presidente da FAETEC, Wagner Victer, o estímulo ao desenvolvimento de profissionais qualificados para trabalhar no Carnaval é fruto de um trabalho de equipe que começa nas unidades especializadas da Fundação.

– O Carnaval é uma das festividades mais importantes do país, não só em relação ao turismo e economia, mas também pela forte geração de emprego, como acontece com os nossos alunos. Eles se destacam por saírem das escolas preparados com o que existe de mais atual para atuação no mercado – ressalta Victer.