Alunos da Faetec participam de gincana pela limpeza da Baia de Guanabara

 

Barco movido à energia solar foi construído durante as aulas do curso de Máquinas Navais

A XVIII Regata Ecológica da Escola Naval, que aconteceu nesta sexta-feira (26/05), foi muito especial para uma das alunas do curso de Máquinas Navais da Escola Técnica Estadual Henrique Lage, unidade da Faetec em Niterói. Priscila Kessy, de 16 anos, já participou de outras regatas, mas como observadora da irmã, Patricia, ex-aluna do mesmo curso. As duas, mesmo em tempos diferentes, ajudam a modernizar o barco movido à energia solar desenvolvido durante as aulas. O catamarã de dois cascos, construído em 2009, é equipado com quatro módulos solares para a geração de energia.

 

 

- Quero seguir os passos da minha irmã que, após se formar na Faetec, já está trabalhando na Marinha do Brasil. Essa é a primeira regata que eu participo, mas tive a oportunidade de ver a minha irmã, que participava desse projeto com os mesmos barco e professor, o Sérgio Assis Lima. Sempre que tenho um tempo livre, eu vou para a oficina, pergunto ao Lima o que precisa ser feito e vou ajudar – conta empolgada a menina.

Priscila é uma das cinco meninas, de um total de 12 alunos, que participam desse projeto. O motor foi desenhado na própria escola e o barco tem capacidade para um piloto e autonomia suficiente para manter uma navegação. As placas captam a energia solar que recarregam a bateria de chumbo. Assim que atinge seu limite, um dispositivo interrompe a corrente para não sobrecarregar e nem haver desperdício de energia. Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, Pedro Fernandes, iniciativas como essa são a prova de que a instituição oferece um ensino de excelência.

- Eu me sinto muito orgulhoso em ver esses jovens caminhando para um futuro brilhante. E mais ainda em saber que todos estão concluindo seus cursos em uma escola pública que tem um diferencial. A prova disso está aqui – destacou.

O barco construído pelos alunos da Faetec, movido a energia solar, acompanhou a gincana promovida pela Escola Naval, que recolheu mais de 140 quilos de lixo da Baia de Guanabara. A competição foi entre alunos de nível médio e universitários de cursos voltados para as áreas de Meio Ambiente, Biologia e Estudos do Mar. Para Fernando Lucchetti, de 19 anos, aluno do 3º ano da Faetec, disse que participar de uma atividade como essa vale pela troca de experiências com ocupantes das outras embarcações.

- Eu entrei na Faetec, onde faço o Ensino Médio e o Técnico em Máquinas Navais, por causa desse projeto. Eu sempre gostei de construir coisas, já fiz curso de robótica, e colocar o nosso projeto para funcionar é muito gratificante. Sou um dos alunos mais antigos e me formo esse ano. A minha expectativa, e é por isso que chamamos os alunos do 2º ano, é que eles deem continuidade a essa iniciativa e trabalhem para melhor o barco cada vez mais – disse o estudante, que pretende fazer faculdade de Engenharia Mecânica.

Para o professor e coordenador do curso de Máquinas Navais, Sérgio Assis Lima, de 61 anos, esse tipo de atividade é muito importante, porque a competição serve, na verdade, como aula prática. A história do professor é também fonte de inspiração para os alunos. Ele fez técnico em Máquinas Navais, trabalhou na indústria naval até 1998, quando entrou para a rede Faetec.

- Nós estamos melhorando a nossa embarcação desde 2009, quando esse trabalho começou e desenvolvemos a tecnologia, realizamos testes, aperfeiçoamos o maquinário, executamos montagem, além de fazermos a conservação. O nosso intuito é continuar com essa iniciativa e é por isso que temos uma equipe mista, com alunos de vários anos do Ensino Médio, inclusive aqueles que vão se formar esse ano. A nossa intenção é que haja sempre essa renovação - explicou.