Documentário filmado por professora da Faetec recebe menção honrosa em Festival de Cinema do México

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“Três abelhas voando ao pé de uma árvore”. Esse é o nome do documentário dirigido pela professora da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcia Gomes de Oliveira, que recebeu uma menção honrosa no Quetzalcoatl Indigenous International Film Festival – um festival de cinema mexicano.

Com a missão de promover, propagar e explorar a compreensão de todas as formas de expressão relevantes para o cinema, e tendo como prioridade a Cultura Indígena e Nativa Mundial, o festival de cinema acontece no México e reúne as mais importantes produções sobre a temática indígena em todo o mundo. O nome do festival faz alusão à Quetzalcóatl, uma divindade das culturas de Mesoamérica, em especial da cultura asteca, também venerada pelos toltecas e maias.

“O saber-fazer Guarani é baseado em um modo de vida sustentável na Mata Atlântica e precisamos valorizar a sua presença no Estado do Rio de Janeiro. Esse curta-metragem é um pequeno exemplo da beleza da cultura Guarani Mbyá e também serve para lembrar que não existem indígenas somente na Amazônia”, afirmou a professora da Escola Técnica Estadual (ETE) Adolpho Boch sobre sua produção.

Filmado na Terra Indígena Arandu Mirim, aldeia Guarani Mbyá, no Saco de Mamanguá, em Parati/RJ, o filme mostra a maneira tradicional de fazer uma vela e de ter luz em casa, uma prática que está em extinção, por causa da perda de acesso à cera de abelha – matéria-prima para fazer vela - e também por causa do programa “Luz para Todos”, que torna desnecessária a luz produzida pelas velas.

Os trabalhos de Márcia Gomes de Oliveira estão sempre ligados à causa ambiental. Para ela, seu convívio com os povos indígenas, desde o início da graduação em Ciências Sociais, a fez perceber que o ambiente é constitutivo da vida. “O trabalho de uma cientista social é buscar compreender os problemas sociais. Não tem como pensar a realidade atual sem considerar as questões ambientais. Todos nós temos o direito de ter qualidade de vida”, afirmou a docente.

Márcia espera atrair a atenção de emissoras para exibir seu filme e poder, ainda mais, valorizar a prática em extinção: “esperamos que essa menção honrosa dê apoio para conseguirmos conquistar este espaço”.

Além de ter recebido a menção honrosa, a professora da Faetec Adolpho Bloch teve seu trabalho reconhecido ao receber o convite para fazer parte do júri de um festival de cinema ambiental numa ilha do Mediterrâneo, o Bozcaada International Festival of Ecological Documentary. Ela representou o Brasil, diante de artistas e professores universitários de várias partes do mundo.