Alunos da Faetec realizam mais uma edição da FLOT - Feira Literária Oscar Tenório

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Expectativa dos organizadores do evento é que mais 1000 estudantes da unidade participem da Feira que exalta a cultura e a literatura brasileira. Como tema deste ano, a escola inspirou-se no Rio, Capital Mundial do Livro

Reconhecida pela qualidade na formação técnica de seus alunos, a Fundação de Apoio à Escola Técnica,  vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, também é espaço para promoção da cultura. No ano em que a cidade do Rio de Janeiro foi eleita como a Capital Mundial do Livro, o campus Marechal Hermes sediou, mais uma vez, a Feira Literária Oscar Tenório, evento idealizado por alunos da unidade há quase uma década, com a proposta de transformar as dependências da escola em um espaço para a discussão de temas sociais diversos, tendo a literatura como base de estudo. 

“A Faetec é um verdadeiro celeiro de talentos em todas as áreas, não só na tecnologia e, ver esses alunos destacando-se em temas que têm a literatura como base de estudo, é motivo de orgulho para nós”, diz Alexandre Valle, presidente da Faetec.

Na edição 2026, a censura às artes, as relações étnico-raciais presentes na obra de Monteiro Lobato, além de autores como Câmara Cascudo, Machado de Assis e Plínio Marcos ganharam versões teatrais de títulos renomados para o “Rio, Capital Mundial do Livro : Leituras da Realidade”, título escolhido para a Feira que acontece nesta quinta e sexta (05 e 06 de junho). Durante o evento, aberto a toda a comunidade escolar, incluindo pais e responsáveis, os alunos participaram de atividades que envolveram rodas de conversa, leitura e apresentações teatrais baseadas nas obras que vêm sendo estudadas ao longo deste semestre. 

“O evento é muito importante para a promoção do hábito da leitura entre os alunos. Eles ficam motivados e empenhados em apresentar um trabalho de qualidade, baseado em leituras que eles mesmo selecionam. Ver um aluno abrindo seus horizontes através da leitura não tem preço. Essa é nossa motivação”, diz Lúcia Donato, Coordenadora de Linguagem e professora de língua inglesa da escola. 

Já no primeiro dia, releituras de clássicos como “Navalha na Carne” , peça teatral de Plínio Marcos,  a apresentação de cenas urbanas como a Chacina da Candelária e o atentado ao ônibus 174, discutiram a violência social. A encenação, apresentada pela turma do 3º ano do Ensino Médio, simulou o julgamento dos envolvidos no episódio. Bastante emocionados ao fim da apresentação, alunos como João Marcelo Silva falaram sobre a importância da Feira Literária. 

“ A gente se dedica muito para mostrar algo que possa provocar uma reflexão positiva para os nossos colegas porque essa construção vem antes para nós. Eu estou emocionado porque, nesses últimos três anos, eu só cresci enquanto ser humano e consolidei meus pensamentos para uma carreira profissional. quando iniciamos a pesquisa para realizar essas cenas, a gente só tinha uma base do que havia acontecido não tínhamos  muita noção. Ver nossos amigos aplaudindo todo esse esforço é uma grande recompensa”, diz ele, que foi um dos destaques de 2025, com a apresentação de Minha Mãe é Uma Peça, do ator Paulo Gustavo. 

Além de temas como segurança pública, racismo, homofobia, a Feira Literária Oscar Tenório, também proporcionou o encontro dos alunos com a literatura. 

“A gente se preocupa bastante em manter a qualidade dos trabalhos, orientando as ideias e incentivando a criatividade desses alunos. Mais do que formar um técnico, a Faetec preocupa-se em formar um cidadão consciente e habilitado para desenvolver, não somente o conhecimento adquirido em sala de aula, mas o pensamento de que eles podem ajudar a transformar o futuro da sociedade como um todo”, diz Renato de Alcântara, professor de Literatura e Coordenador de Linguagens da escola. 

No último dia, os alunos da Feira Literária Oscar Tenório interpretaram obras como “Quarto de Despejo”, de Carolina de Jesus, “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, e “Cidade de Deus", de Paulo Lins. A literatura infanto-juvenil  também ganhou espaço, a partir da leitura de Maurício de Souza, com a Turma da Mônica,  “O Pequeno Príncipe Negro”, de Rodrigo França, e Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado.