Alunos da Faetec Ipanema visitam Quilombo Sacopã

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Turma do curso técnico em Guia de Turismo participou de roda de conversa com a comunidade quilombola, na Zona Sul do Rio

Alunos da turma do curso técnico em Guia de Turismo da Faetec Ipanema, vinculada à Secretaria Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), participaram, em 18 de junho, de uma visita técnica ao Quilombo Sacopã, localizado à margem da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio.

Idealizada e coordenada pela professora Cecília Bastos, a atividade incluiu uma roda de conversa com a comunidade quilombola, o que se mostrou uma oportunidade única e enriquecedora, tanto pela experiência de vida compartilhada quanto por possibilitar a aprendizagem crítica e criativa que o curso propõe.

Para a professora, as histórias apresentadas deixaram evidente que o ato de existir e o ato de resistir se confundem no Quilombo “Aprendemos que a existência nesse território se deu pela incrível capacidade de resistência da comunidade ao longo do tempo, com mobilização social e eventos culturais, preservando a memória e as tradições afrodescendentes, e estando de portas abertas a iniciativas educacionais”, afirmou Cecília Bastos.

O território do Quilombo Sacopã existe há 107 anos e é fruto de muitas lutas e símbolo de preservação e resistência da cultura e ancestralidade afrodescendente. Em 2005 foi um dos primeiros a ser reconhecido como quilombo urbano e certificado pela Fundação Cultural de Palmares.

Na roda de conversa, a turma discutiu assuntos, como a luta contra o racismo cotidiano e estrutural; a sobrevivência relacionada à autonomia familiar inerente ao quilombo; o reconhecimento pela legislação municipal como uma área especial de interesse cultural; a busca por diferentes formas de preservação da cultura através da música, do artesanato, da dança, da gastronomia típica (como a feijoada a lenha); as várias atividades e eventos culturais organizados; o projeto de agrofloresta voltado à preservação de um fragmento do bioma da Mata Atlântica e à produção de subsistência comunitária; entre outras questões que surgiram, em um diálogo imersivo e recheado de emoções.