Universidade Corporativa da Faetec (Unifaetec) realiza Seminário de Educação Inclusiva

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Gerar práticas inclusivas nas unidades de toda a Rede Faetec. Este foi um dos principais objetivos do "Seminário de Educação Inclusiva em Contextos", realizado pela Unifaetec e a Divisão de Diversidade e Inclusão Educacional, na última terça-feira (25), no auditório da Presidência da Rede, em Quintino Bocaiúva, Zona Norte do Rio. Com o tema "Cultura Institucional e Práticas Inclusivas", o evento iniciou com uma mesa redonda sobre as experiências das professoras da Rede com ênfase no Ensino Técnico Médio, no Ensino Fundamental e nos cursos de Qualificação Profissional.

A professora de Educação Especial da Escola Técnica Estadual (ETE) João Luiz do Nascimento, em Nova Iguaçu, Daniela da Conceição, foi a primeira a contar sua experiência de oito anos na área. Ela apresentou o tripé da inclusão na escola: a necessidade de que os professores conheçam as Políticas Públicas de Inclusão e as legislações vigentes, a implementação de uma cultura inclusiva na geração de práticas pedagógicas, e por último, a organização de estratégias de adaptações do aluno na escola.  A unidade em que leciona possui oito alunos com deficiências visuais; intelectuais; cognitivas; autistas, entre outras.

 – É preciso conhecer o aluno que entra na unidade, saber sua história e ouvi-lo para saber as intenções e expectativas dentro da escola e no curso escolhido.  Depois disso, vejo quais as deficiências do estudante e proponho uma interação com os professores. Socializar essas informações para construir um atendimento individualizado. A igualdade e a diferença têm que caminhar juntas – revelou Conceição.

 

 

Em seguida, a professora da Faetec Visconde de Mauá Roberta Luchi destacou o seu exemplo na área de Ensino Fundamental. Ela explicou a implantação da Sala de Atendimento Educacional Especializado, além da participação dos professores em conselhos de classe e reuniões com os pais de alunos com deficiência. A escola tem nove alunos com deficiências visuais; intelectuais; cognitivas, entre outras não identificadas.

Nos cursos de Qualificação Profissional, a professora do Faetec Itaboraí Claudiane Ribeiro explicou o desafio para receber os alunos com deficiência em uma modalidade de formação de curta duração. Atualmente, não há pessoa com deficiência fazendo cursos profissionalizantes na unidade, mas existe uma expectativa para essa inclusão. “Resolvemos trazer o curso de Agente de Apoio à Inclusão aos professores da região de Itaboraí e preparar os profissionais para a sala de aula. Quando abrimos, a formação foi uma das mais procuradas, e aí descobrimos a importância de especialização nessa área para os docentes” destacou Ribeiro.

A professora Joice Pinto do CIEP 180 Presidente João Goulart, em São João de Meriti, destacou a relevância do tema. “Eu trabalho com surdos e foi muito importante saber sobre a inclusão de alunos com deficiência em outras escolas. Agora, vamos divulgar o que aprendemos aqui para as escolas municipais da Baixada Fluminense”, afirmou Pinto.

O presidente da Faetec, Romulo Massacesi, destacou a importância do seminário para os professores e servidores. “A inclusão é coisa muito séria, pontual e específica. Este já é o nono seminário sobre o tema na nossa Rede. A iniciativa é sensacional, pois propõe a cultura inclusiva e a promoção da autonomia. Precisamos trabalhar o conceito de acesso dos alunos com deficiência ao mercado de trabalho”, ressaltou Massacesi.

 

 

Na segunda parte do seminário, foi à vez da palestra do professor do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) Carlos Tulio da Silva, com o tema “Inclusão e Culturas Institucionais”. Foi apresentado um panorama e a história da instituição fundada por Dom Pedro II, há 160 anos, no bairro de Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Atualmente, o instituto possui 2.500 surdos cadastrados, sendo dois mil com surdez profunda.

O professor Carlos Tulio da Silva, em sua fala, destacou os desafios do ensino público aos estudantes com deficiência. “A comunidade escolar precisa apresentar mudanças nesse quesito. É preciso conversar e ouvir os alunos. Nós trabalhamos com pessoas com deficiência, sendo necessário capacitar os professores o máximo possível no diálogo da construção do conhecimento”, afirmou Silva.