Já está aberta a temporada de peças de formatura dos alunos da Escola Técnica Estadual Martins Pena, unidade da Rede Faetec. Neste mês, serão dois espetáculos, o “Cintinópolis” e o “Que nome se dá ao vazio?”. As peças ficam em cartaz até o dia 21 de dezembro e têm a entrada gratuita. O público terá a chance de ver as duas peças num mesmo dia, pois são apresentadas em horários e teatros diferentes. O espetáculo “Cintinópolis” será apresentado de quarta a sexta-feira, sempre às 19h, e no sábado às 21h, no Teatro Luiz Peixoto. E a peça “Que nome se dá ao vazio?”, conta com apresentações de quarta a sexta-feira, sempre às 21h, e sábado às 19h, no Teatro Armando Costa. A escola Martins Pena fica na Rua Vinte de Abril, nº 14, no Centro do Rio.

A peça Cintinópolis aborda questões sobre o caos naturalizado na sociedade. Com estudos e vivências pessoais, os atores falam sobre desejo, consumo, frustrações, violência contra a mulher e crianças. Cintinópolis é uma cidade onde se refugiam aqueles que foram abusados, maltratados e excluídos. Todos os moradores transformando suas dores num cintilante delírio coletivo. A formanda Tati Villela explicou que a arte é a melhor forma de se falar sobre a sociedade. "Cada um traz suas questões do dia a dia, as opressões que a gente vem engolindo. E a gente come tudo que está podre", destacou Tati Villela.

A professora de Interpretação e diretora da peça Cintinópolis, Tárlia Laranjeira, destacou a importância do trabalho de formatura dos alunos. "Foram quatro meses imersos em estudos sobre a distopia, o contrário de utopia. Essa cidade é uma metáfora onde está tudo brilhando, bonito, mas que atrás dessa purpurina estão escondendo todas as coisas ruins que a gente sofre e se cala", revelou a docente que ministra aulas há 23 anos na Rede Faetec.

O publicitário Nathan Barbosa, de 23 anos, veio de Belo Horizonte para o Rio fazer a prova da Martins Pena, neste último fim de semana, e aproveitou para assistir às peças de formatura. Bastante impactado pelo espetáculo Cintinópolis, descreveu o que mais o impressionou. "Tem imagens muito marcantes nessa peça. Gostei muito da força das mulheres, foi muito forte cada momento. Vi que dos dez atores, sete são mulheres. Isso é muito significativo", afirmou Nathan Barbosa.

Já a peça "Que nome se dá ao vazio?” aborda os laços construídos entre as pessoas, argumentando sobre quais relações que se pretendem construir para preencher o vazio. Com quase duas horas de duração e 13 atores se revezando em histórias pessoais, a peça pretende lidar com temas profundos como amor, saudade, e sonhos.

Para o orientador de Interpretação da peça, Jorge Leite, o processo artístico veio a partir da palavra "fome" e que se ampliou para a palavra "vazio". "Identificamos várias fomes: de alimento, cultura, educação, respeito, saúde, afeto, igualdade e vários outros. Sendo considerado o maior que é o vazio que essas fomes proporcionam em nossas vidas", revelou o professor Jorge Leite.

SERVIÇO:

“Que nome se dá ao vazio?”
4 a 21 de dezembro
Quarta à Sexta-feira, às 21h / Sábado, às 19h
Teatro Armando Costa - Rua Vinte de Abril, 14, Centro.
Entrada Franca


“Cintinópolis”
4 a 21 de dezembro
Quarta à Sexta-feira, às 19h / Sábado, às 21h.
Teatro Luiz Peixoto - Rua Vinte de Abril, 14, Centro.
Entrada Franca

Fotos: @juan.leocadio e @aloysioararipe