Alunos da Faetec participam da 38ª Feira de Miniempresas

 

Projeto realizado pela ONG Junior Achievement Rio de Janeiro reuniu jovens empreendedores no Shopping de Nova Iguaçu. Escolas Técnicas Estaduais Santa Cruz, Adolpho Bloch e Juscelino Kubitschek apresentaram ideias inovadoras voltadas para a sustentabilidade

A máxima do “aprender fazendo” é uma das premissas que tornam a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) uma das principais referências quando se trata de formação profissional desde o Ensino Médio. No último dia 17, alunos das Escolas Técnicas Estaduais Adolpho Bloch, Juscelino Kubitschek e Santa Cruz, participaram da 38ª Feira de Miniempresas, do  Projeto Miniempresa 2024, realizado pela ONG JA Rio de Janeiro, que aconteceu no Shopping de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

No evento, os futuros empresários apresentaram projetos de suas empresas, e participaram de dinâmicas que envolvem o cotidiano da administração de um negócio, tornando a experiência um verdadeiro laboratório onde se aprende a lidar com os clientes, gerenciar recursos e tomar decisões sob pressão.

Participando pela primeira vez do Projeto Miniempresa, a ETEJK apostou na sustentabilidade para que os alunos tivessem a oportunidade de aprender como estruturar uma empresa desde o seu nascimento, a partir da ideia de um produto. A escolha se deu justamente por já existir um projeto voltado para o tema dentro da unidade, em curso há mais de 10 anos.

Para montar o negócio, os alunos da unidade do bairro Jardim América tiveram a preocupação de atender duas questões: a utilização das caixinhas tetra pak, dos lanches (a escola produz uma média diária de 800 caixinhas) e a retirada de sacolas plásticas do meio ambiente, visto que a região onde se encontra a escola é frequentemente acometida por alagamentos em períodos de chuva, por conta do descarte incorreto de sacolas que entopem bueiros e bocas de lobo foi o outro ponto de partida para a escolha do produto.

Os alunos produziram um porta óculos sustentável feito de caixinhas tetra pak e revestido de um "tecido" confeccionado  com sacolas plásticas. O nome da empresa se chama Saca Só e é integrada por 17 alunos do Primeiro ano do curso Técnico Integrado em Administração, com idade entre 14 e 16 anos.

“Nós desenvolvemos e aprendemos várias técnicas utilizadas no empreendedorismo, como o contato direto com o cliente, a interação social e o poder de negociação. Foi uma experiência árdua, mas muito gratificante, pois vimos que tudo aquilo que nos esforçamos para fazer no decorrer das aulas, conseguimos realizar para o evento. Esse tipo de evento é de extrema importância para nós jovens, pois desenvolvemos habilidades, colocamos em prática aquilo que aprendemos, e construímos uma rede de contato, algo fundamental para quem quer empreender”, diz Ana Clara, presidente da miniempresa.

A ETE Adolpho Bloch participou do projeto com duas miniempresas,  a EcoMawe e a EcoBide. Segundo Francisco Fernandes Neto, professor de Administração das Organizações, do 2º ano do Ensino Médio, “o projeto que trabalhamos em conjunto com a ONG JA proporciona que os alunos pratiquem o que eles veem de conteúdo mais teórico na sala de aula, como por exemplo liderança, organização, financeiro, marketing, gestão de pessoas. A experiência acumulada com essa prática é de muita valia para o aluno que tem a oportunidade de aprender de forma diferenciada, o que torna a experiência muito mais agradável. Eles criam a empresa do zero e passam por todas as fases, desde a elaboração do produto à venda. Ele tem espaço para erros, para se aperfeiçoar e ir moldando, por meio deste projeto, a capacidade técnica deste aluno”, diz o professor que hoje tem ex-alunos que tornaram-se voluntários no projeto.

Encarando a experiência como um verdadeiro desafio, os alunos da ETEAB estão trabalhando em duas empresas, a EcoMawe e a EcoBide.

“O evento foi um marco muito importante para todos nós, pois tivemos a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos no curso de administração. Essa vivência prática trouxe desafios que, ao serem superados, se mostraram altamente enriquecedores para os nossos aprendizados. Esses desafios são fundamentais, pois nos preparam para o mercado de trabalho, onde já temos uma noção de como as coisas funcionam, e isto é de extrema importância, pois aplicar o aprendizado em situações reais é uma experiência transformadora. Além disso, é maravilhoso ver os estudantes de escolas públicas tendo a oportunidade de demonstrar capacidade e potencial que temos a oferecer, diz Thauan dos Santos Oliveira, aluno do 2º ano do Ensino Médio na ETEAB.

Também aluna do 2º ano de Administração, Nicole Albino Morais diz que não imaginava a proporção do projeto até que começou a integrá-lo três meses antes da competição.

“Minha experiência com projeto está sendo desafiadora. Confesso que quando recebi a proposta não imaginei a proporção de ensinamentos que iria ter. Realmente, eu precisei tirar prova viva de que só se aprende algo completamente fazendo incansavelmente até ficar bom. O meu processo está iniciando, mas para um começo está ótimo, me tirando completamente das minhas zonas de conforto e me trazendo para o mundo afora. Esse projeto está sendo um divisor de águas nas áreas da minha vida e sim, ele está influenciando em todas elas”, diz ela, que destaca a liderança como uma das potencialidades que vem sendo mais exploradas no seu cotidiano.

Além de ser uma vitrine para a inovação e criatividade dos participantes, a Feira  promove o empreendedorismo juvenil e incentiva o desenvolvimento de habilidades fundamentais para o futuro profissional dos estudantes e, assim como os orientadores das demais unidades, os professores Marilza Rocco e Sandro Pinto, da ETE Santa Cruz, enaltecem a iniciativa do evento.

“Ver os nossos alunos dos cursos de Administração e Química tão engajados e felizes na Feira da Miniempresa é motivo de extremo orgulho. Agradecemos à ONG JA e à Bayer por criar essa oportunidade para os jovens da ETESC poderem mostrar toda a sua capacidade”, diz a educadora cujo alunos apresentaram o projeto desenvolvido pela miniempresa EcoBoo, um copo versátil feito de bambu que conquistou o público.

Com um forte compromisso com a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente, a minempresa tem um processo de fabricação inteiramente artesanal, sem o uso de máquinas, o que garante um produto autêntico e de alta qualidade. Cada copo EcoBoo é único, criado a partir de bambu cultivado de forma sustentável, oferecendo uma alternativa ecológica aos copos descartáveis e de plástico.

A ideia da EcoBoo surgiu a partir do desejo de criar uma solução sustentável e ecológica para substituir produtos descartáveis que prejudicam o meio ambiente. Percebendo o impacto negativo do uso excessivo de plástico, a equipe decidiu investir em um material natural e renovável: o bambu. Felipe Soares dos Santos, presidente da miniempresa, falou sobre a experiência.

“Participar da feira de Miniempresa foi uma experiência inesquecível e extremamente gratificante. O evento nos proporcionou um ambiente único para colocar em prática todo o conhecimento adquirido e para mostrar o resultado do nosso trabalho árduo. Além de apresentar o projeto, foi enriquecedor trocar experiências com outros jovens empreendedores, aprender com eles e receber feedbacks valiosos”, diz o jovem empreendedor.