Professores da Faetec recebem Prêmio Paulo Freire, concedido a ideias pedagógicas transformadoras

 

Na noite de segunda-feira (12), aconteceu a cerimônia de premiação da edição de 2022 do Prêmio Paulo Freire, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Entre os 41 educadores contemplados, estão os professores da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), Luiz Carlos Sant’anna, Caroline Porto, Luciane Coutinho e Luciene Vales, além do professor Amilcar Brum Barbosa, que foi homenageado durante a cerimônia.

O Prêmio Paulo Freire foi criado em 2018 por iniciativa da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e destaca propostas pertinentes e transformadoras no âmbito educacional, através de 11 categorias pedagógicas. Três docentes da Faetec foram premiados na categoria “Experiência Pedagógica no Ensino Técnico (Integrado, Concomitante e/ou Subsequente)” e uma professora venceu na categoria “Experiência Pedagógica no Ensino Superior”.

Um dos projetos na lista dos ganhadores é o “Faetequinho”, desenvolvido na Escola Técnica Estadual Juscelino Kubitschek (ETEJK), pela professora Caroline Porto. O projeto consiste em um curso preparatório oferecido a alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da rede pública do bairro de Jardim América, onde está localizada a unidade.

O Faetequinho atende com uma média de 30 a 40 vagas anuais e oferece aulas de português e matemática. O projeto é oriundo do JK Sustentável, uma iniciativa em vigor na escola desde 2009. Uma das ações do JK Sustentável é a coleta permanente de óleo. O material entregue pela comunidade é destinado para produção de sabão e o valor arrecadado é utilizado para manter o pré-técnico comunitário.

“É uma satisfação imensa receber esse prêmio, uma honra, pois é o prêmio que recebe o nome do nosso maior educador e no qual nós tanto nos inspiramos para fazer esse trabalho, que é o Faetequinho. Tem muita gente envolvida nesse projeto e é um momento de muita alegria para a gente. É com grande emoção que estou aqui e espero que possamos seguir com esse projeto ainda com mais força depois desse reconhecimento”, concluiu a professora Caroline Porto.

Intitulado Alfabeclicando, o projeto de autoria da professora do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj/Faetec) Luciene Vales foi vencedor na categoria “Experiência Pedagógica no Ensino Superior”. O trabalho teve início em junho de 2022 e propõe pesquisas sobre as lacunas no processo de aprendizagem infantil durante o ensino remoto.

O objetivo é analisar o desenvolvimento na aprendizagem de crianças que estiveram em processo de alfabetização remotamente e hoje têm aulas presenciais. Sua implementação conta com o auxílio de alunos do curso de pedagogia do Iserj, bolsistas da Faperj, estagiários do curso Técnico em informática do Iserj e estagiários do Programa Estagiando na Rede, além do apoio de professoras já formadas.

A equipe realiza oficinas de reforço escolar em unidades da rede pública municipal do estado. São também desenvolvidos jogos reais e digitais de alfabetização, no intuito de contribuir para a aprendizagem de leitura e escrita dos alunos. Emocionada, a professora Luciene falou sobre a satisfação em receber o Prêmio Paulo Freire.

“Eu fiquei muito honrada e feliz com a premiação, pois ela dá visibilidade ao trabalho que realizamos com nossas crianças e jovens. Sou Professora da Rede há 20 anos e me sinto muito realizada. A Fundação me permite criar e realizar projetos e pesquisas que mudaram a minha vida e também dos meus alunos”, concluiu.

O coordenador do Centro de Memória da Faetec Quintino (Cemef), Luiz Carlos Sant’anna, conduz, ao lado das professoras Thaysa Caseli e Isabella Gaze, um conjunto de ações intitulado “Práticas de pesquisa e preservação do acervo da Fundação de Bem-Estar do Menor (Funabem): sensibilização do olhar de alunos do Ensino Médio Técnico”.

O projeto de pesquisa premiado é desenvolvido desde 2019 com alunos do Ensino Médio Técnico tendo por finalidade preservar o acervo da Funabem. Por meio da iniciativa, os estudantes aprendem técnicas de conservação e reparo de documentos históricos e produzem textos e relatórios sobre a trajetória identitária da instituição.

“Depois de quase dois anos e meio de trabalho, ter um reconhecimento como esse e ganhar o prêmio do maior educador da história do Brasil é uma satisfação enorme e uma grande felicidade”, declarou o professor Luiz Sant’anna.

Outra iniciativa oriunda da Faetec a se destacar na premiação é a “Escola de Projetos da Escola Técnica Estadual Santa Cruz”. A escola de Projetos ETESC é um setor comandado pela professora Luciane Coutinho, ao lado das professoras Edna dos Santos e Tânia Mara de Jesus. O principal objetivo é iniciar os alunos do Ensino Médio Técnico Integrado da unidade na prática científica.

Para isso, alguns programas são propostos pela escola no intuito de despertar e incentivar os alunos a desenvolverem a criatividade, capacidade de observar a realidade, formular hipóteses e analisar resultados. Os projetos são implementados graças a parcerias pedagógicas com empresas renomadas como a Gerdau Cosigua e a Michelin.

A Comissão de Educação da Alerj, reconhecendo as contribuições no desenvolvimento de ciências e tecnologia, concedeu ao professor de biologia da Faetec Bacaxá, Amilcar Brum Barbosa, o título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro. O professor é orientador de TCC do curso Técnico em meio ambiente e orientador de alunos bolsistas do Programa Jovens Talentos da Faperj na unidade que fica em Saquarema. O docente realiza ainda trabalhos de pesquisa sobre temas relacionados à biologia, como o branqueamento de corais.