Alunos da Faetec são os grandes vencedores na 16ª Fecti com três premiações

Em prol da inclusão social e de qualidade de vida. Assim são os projetos desenvolvidos por alunos da Faetec que conquistam prêmios em competições por onde concorrem. A última aconteceu no Instituto de Educação Superior do Rio de Janeiro (Iserj), durante a 16ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação (Fecti), organizada pela Fundação Cecierj. Dos 110 trabalhos concorrentes de todo o estado, os três grandes vencedores foram “Gaia Sustentável: Meninas pela sustentabilidade”, da Escola Técnica Estadual Juscelino Kubitschek (ETEJK); protótipo da “Síndrome do Pé Caído”, da Escola Técnica Estadual Henrique Lage (ETEHL); e “Alfabetização no Pós-pandemia”, do Iserj.

O primeiro projeto é fruto de pesquisa, na qual mostrou que a média de meninas matriculadas nos cursos técnicos da ETEJK é de 51%, entretanto, nos cursos de tecnologia como Informática e Eletrotécnica, elas representam apenas 8%. Através do “Gaia Sustentável: Meninas pela sustentabilidade”, as estudantes Beatriz Silva e Maria Clara Barbosa, de 15, ambas do 1º Ano de Informática; e Aline Araújo, 18, do 3º Ano de Eletrotécnica, sob a orientação da professora Caroline Porto; são incentivadas a criarem soluções sustentáveis para o tema.

Além de promover cursos, como de Impressão 3D e oficina de Arduíno + Elétrica; o projeto resultou em um aplicativo para divulgar hábitos sustentáveis e promover o empoderamento feminino. O app envolve algumas funcionalidades como jogos, informações sobre meio ambiente, aquisição de moedas para trocar por recompensas e a ação JK Sustentável. A ideia conquistou o prêmio Interdisciplinar e credenciou as alunas a participarem da Febrace 2023, uma das mais importantes feiras de ciência do país, que acontecerá na Universidade de São Paulo (USP).

“Quando ouvi o anúncio do nosso projeto dei uma gelada e disse ‘meu Deus’. Foi uma mistura de emoções”, disse Beatriz Silva. Para ela, o resultado foi inacreditável pelo fato de ter tantos projetos maravilhosos, e isso motiva e emociona a gente continuar. Outra que não se continha de alegria com a premiação era Maria Clara Barbosa: “essa premiação, tenho certeza que vai contribuir muito para nossa carreira daqui pra frente”, afirmou emocionada Maria Clara.

Quem também saiu vitorioso foi o projeto “Alfabetização no Pós-pandemia”, na categoria Interdisciplinar, desenvolvido por alunos do Iserj, unidade vinculada à Faetec. A premiação foi um reconhecimento ao trabalho dos jovens do 3º ano do curso de Informática Felipe Martins, André Luiz Ferreira, Renato Rochedo e Gustavo Menezes, de 17 anos, cuja ideia é ajudar na parte da alfabetização de crianças afetadas pela pandemia e tem personagens de fácil identificação como o Super Mário.

O jogo é apenas uma das ferramentas do projeto intitulado “ALFABECLICANDO: reforço escolar de alfabetização com uso de games educativos”, que pretende alavancar o ensino de crianças tanto do Instituto de Educação quanto da rede municipal do Rio. Sob a orientação da professora Luciene Vales, a ideia é que as crianças participem de todo o processo de criação. Baseado num antigo jogo chamado Super Mário, o jogo consiste em que, enquanto os alunos “colaboram” na feitura do game, elas vão aprendendo, já que o objetivo é “caçar” as sílabas que podem ou não formar palavras.

“Esse prêmio não representa apenas a vitória em si, ele demonstra o nosso esforço para ter desenvolvido esse projeto. Conseguir todo esse reconhecimento é algo muito gratificante para nós e é valorização à ciência. Estamos muito felizes”, disse o estudante Felipe Martins.

A Orientadora Dra Luciene de Sousa Teixeira Vales acredita que é muito importante para a carreira acadêmica dos alunos.

“Eles puderam aplicar seus conhecimentos teóricos de programação em um Game Educativo que vai ajudar na aprendizagem de muitas crianças”, disse orgulhosa Luciene.

Outro prêmio importante ficou com a Escola Técnica Estadual Henrique Lage, em Niterói, das alunas Eloah Marvila Padrone e Rebeca Apolinário, 17 anos, que arrebataram na categoria Meninas Pela Ciência, com o protótipo da “Síndrome do Pé Caído”. O projeto também é vencedor dos prêmios ABRIC, Destaque Mostratec, Prêmio FECTI e Prêmio INTEL ISEF, credenciando as jovens para a Feira Internacional de Tecnologia Intel ISEf, a ser realizada em Dallas, nos Estados Unidos, com todas as despesas pagas, em maio de 2023.

O trabalho exposto pelas alunas do 3º ano de Eletrônica trata-se de um equipamento para ajudar na síndrome do pé caído — consequência de uma lesão, na maioria dos casos, no nervo fibular — que incapacita a pessoa de realizar o movimento de dorsiflexão, ou seja, levantar o pé, afetando o caminhar do portador da contusão.

“Achamos diferente ganhar esse prêmio sobre a inclusão das mulheres às ciências, não esperávamos, foi uma surpresa. Nosso trabalho, de alguma forma, está incentivando novas meninas a praticarem ciência”, disseram as meninas, após a cerimônia.

Mais seis trabalhos de escolas da Rede Faetec participaram da Fecti com destaque. Três pertencentes à Escola Técnica Estadual Henrique Lages; dois da Escola Técnica Estadual Santa Cruz; e um da Escola Técnica Estadual Ferreira Viana.

No encerramento, alunos, professores e público foram brindados com a apresentação da Banda de Música de Marechal da Faetec, que levou o repertório “Brazilian Festival” com canções que variaram de Tom Jobim a Luiz Gonzaga e colocou muita gente para dançar no pátio da icônica escola.