Em nome da excelência na formação, ETE João Luiz do Nascimento cede espaço na escola para alunos do curso de Edificações

Um grupo de alunos, juntamente com um professor, desenvolveu uma forma criativa para alavancar o ensinamento da turma do Subsequente do curso de Edificações na Escola Técnica Estadual João Luiz do Nascimento (ETEJLN), unidade vinculada à Rede Faetec, em Nova Iguaçu. Eles usaram a área externa da escola para pôr em prática o que foi aprendido em sala de aula. Utilizando ferramentas, fincaram piquetes – estacas de madeira – apontadas para facilitar o cravamento no solo e simular o alicerce de uma casa.

O cerne da aula foi transferir o gabarito de uma casa, feito em escala, na sala de aula e reproduzi-lo no campo, ou seja, na área externa anexa à escola.

Luney Almeida é o que se pode chamar de professor motivador. Para ele, mais do que exercício de fixação, esse tipo de atividade melhora a autoestima, principalmente por serem alunos da modalidade Subsequente.

“Sabemos da dificuldade que esses alunos enfrentam, a maioria trabalha e precisam encontrar motivação para estudar. De fato, tenho um carinho pelos alunos do subsequente noturno, bato palmas para eles. São estudantes que ingressaram por sorteio, mas, mesmo com todo desafio, eles não desistem. Em pleno sábado (20/05), compareceram em massa para uma atividade”, emociona-se o arquiteto, que há 22 anos leciona na Rede.

Dificuldade que a aluna Alessandra Damasceno da Hora, 23 anos, moradora de Nova Iguaçu, conhece muito bem. Durante o dia, ela cuida da avó acamada e, à noite, encara as matérias do módulo II do curso de Edificações. Como todo jovem, sonha com um futuro melhor para ela e seus familiares.

“A Faetec está me proporcionando correr em busca do meu sonho: trabalhar em canteiro de obra na construção civil. E essa aula me proporcionou ter ainda mais certeza do que quero. Nem as dificuldades do meu dia a dia vão me fazer desistir desse sonho”, disse Alessandra, que no Ensino Médio cursou Normal.

Para Carlos Monteiro, 36, aula prática como essa é muito importante para o aprendizado de futuros profissionais que estarão, na prática, botando a mão na massa.

“O aproveitamento do espaço dentro da escola para simular uma construção foi muito importante. A grande maioria trabalha e não tem tempo de realizar essas aulas práticas. E o uso do terreno da escola facilita demais para todos os alunos do Subsequente. Acompanhar desde a escala, dentro da sala de aula, até a colocação dos piquetes foi sensacional”, disse Carlos, também morador de Nova Iguaçu.

Novas ações para integrar os alunos do horário noturno da ETEJLN já estão sendo planejadas, como visitas técnicas em canteiros de obras e construções.

“Esses alunos merecem muito, minha maior alegria é poder encontrar um ex-aluno no mercado de trabalho. Isso nos motiva e emociona”, concluiu o mestre Luney.