Escola Técnica Estadual República realiza feira de cultura, ciência e tecnologia

De 16 a 21 de outubro, alunos, professores e responsáveis da Escola Técnica Estadual República (ETER), em Quintino Bocaiúva, puderam ver dezenas de projetos dos cursos técnicos de enfermagem, eletrônica, jogos digitais, informática, mecânica, produção de moda, redes de computadores e telecomunicações, na 21ª Feira na Semana de Cultura, Ciência e Tecnologia (SCCT). De acordo com a diretora técnica da unidade, professora Rosymere Cersosimo, foram dias de palestras, exposições e competições de grande valor tanto para estudantes quanto para empresas.

“O objetivo da feira foi promover a troca de conhecimentos entre alunos, professores, profissionais do mercado, empresas e a comunidade acadêmica, abordando novas tendências para a educação e mercado de trabalho. Foi uma promoção da educação e do conhecimento”, disse Rosymere Cersosimo.

Logo no primeiro dia, na segunda-feira (16), o professor de informática Ricardo Pinheiro da Faetec República apresentou aos alunos uma palestra sobre a privacidade nas redes sociais.4333w2121

“Os alunos precisam estar cientes de privacidade na internet, principalmente por conta do comportamento de algumas empresas. Mas os jovens se expõem demais nas redes e é necessário se criar uma preocupação neles sobre isso. Basicamente, eu estou trazendo várias informações sobre invasão de privacidade, ações que tem acontecido que atrapalham o controle da própria privacidade, que os jovens nunca estão muito preocupados. Então, é necessário ensinar a eles ter mais cuidado e consciência com o que estão fazendo nos dias de hoje”, comentou Pinheiro.

No segundo dia, terça-feira (17), o destaque foi para as telecomunicações, com uma palestra sobre a visão geral das comunicações via satélite na era do 5G e da inteligência artificial, com José Raimundo Cristovam, que fez parte da equipe do primeiro satélite projetado, fabricado e operado por cientistas brasileiros, o SCD-1, Satélite de Coleta de Dados, desenvolvido no Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) de São José dos Campos, que foi lançado ao espaço em 1993. O professor atraiu atenção dos alunos graças a larga experiência como pesquisador, consultor internacional e engenheiro eletrônico que ministra treinamento para o mercado nacional e internacional. Muito didático, ele exemplificou como toda rede via satélite funciona, desde os antigos aparelhos da Embratel até os novos equipamentos da Starlink, de Elon Musk da SpaceX.

Na quarta-feira (18), a organização realizou um evento no Teatro Abdias Nascimento, para apresentar o novo mascote da SCCT, o Cooper, criado pelo egresso Gabryel do Almo Costa, que concluiu o Curso Técnico de Eletrônica, em 2022. Desde o ano passado o personagem é usado, mas esse ano tornou-se mascote oficial e estará presente em todas as feiras no futuro.

Os dias seguintes foram de muitos projetos expostos por alunos, tanto para professores quanto para o público externo. Várias salas e laboratórios da Faetec República foram palco para a apresentação dos mais de 100 trabalhos, sendo 76 da categoria B, na quinta-feira (19), e 37 da categoria A, na sexta-feira (20).

Antes de começar os projetos da categoria A, uma maquete de uma estação de tratamento de esgoto para reuso de água foi apresentada ao público. O engenheiro eletricista Francisco Casimiro, 70 anos, apresentou a estação a convite do professor de eletrônica da ETER, Marcos Fernando, e segundo o criador, o uso da estação pode reduzir o consumo de água em até 50%.

“Sempre estive preocupado com nossos recursos naturais. É um desperdício a água que usamos em casa ser jogada fora. Tento criar uma concepção de um novo conceito do uso da água e por isso o projeto criado para tratar a água. Essa água de reuso poderia ser usada para lavar, usar no banheiro. Com essa estação, a conta de água é reduzida praticamente à metade. Estar aqui apresentando numa escola técnica é um desafio, pois quero mudar paradigmas. Eu entendo que a escola é uma usina da educação, um elemento motor para exportar ideias que venham quebrar paradigmas para o bem da sociedade ", avaliou Marcos.

Para concluir a semana, centenas de alunos da categoria A apresentaram projetos inovadores, desafiadores e tecnológicos, como o carro autônomo das alunas do Curso Técnico em Telecomunicações. Uma das seis integrantes do projeto (todas meninas), a aluna Laiza Villaça, de 19 anos, do 3º ano, comentou a importância da feira de cultura, ciência e tecnologia.

“A gente quer mostrar que tudo que aprendemos ao longo dos três anos tem um sentido. A parte teórica pode ser muito chata, mas quando a gente coloca na prática percebe a importância. O que você faz, está estudando, pode ser muito amplo, mas não é de primeira que percebe. Eu quero ser jornalista e acho que telecomunicações tem tudo a ver, porque eu quero ter noção de como tudo funciona”, concluiu Laiza Villaça.

Os trabalhos apresentados da categoria A concorrem por categoria: Desenvolvimento de soluções – Inovação, Desenvolvimento de soluções – Adaptação e Trabalho informativo/investigativo. Os vencedores serão conhecidos num evento no auditório da ETE, no próximo dia 30 de outubro, às 14h.