Live promovida pela Faetec põe câncer de mama em destaque

Os dados são alarmantes. De acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano do triênio 2020/2022, a estimativa é que sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Em apoio à causa da saúde da mulher, a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), promoveu, nesta quarta-feira, 20, uma “live” intitulada “Outubro Rosa: Olhar integral para a saúde da mulher”.

O objetivo do trabalho foi divulgar a importância na prevenção ao câncer de mama e as formas de tratamento. Para isso contou com a presença da professora do curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá, e enfermeira especialista em Saúde da Família, Thaiane Nascimento Gomes Villarinho. Com mediação de Úrsula Dias, da coordenação técnica de saúde da Rede Faetec.

Durante a aula, a mestranda pela UFRJ alertou para as consequências de não se fazer o exame precoce.

“É muito importante que a mulher faça o autoexame para que a doença seja detectada o mais breve possível. Hoje temos o tratamento precoce, existe a rastreabilidade. Diminuindo muito o avanço da doença que traumatiza tanto as mulheres.” Disse a especialista.

Villarinho também reforçou a importância de se cultivar hábitos saudáveis como alimentação e exercício físico, por exemplo. E mostrou em números que, apenas com algumas mudanças, poderíamos reduzir a incidência da doença em mais de dez pontos percentuais.

“Estudos mostram que a prática de hábitos saudáveis como exercícios pode reduzir em até 13%, o que corresponde a oito mil novos casos, e gerar uma economia aos cofres públicos de até 100 milhões de reais”, afirmou Villarinho.

De acordo com a professora, outro fator importante na prevenção é a amamentação. E que a campanha do Outubro Rosa, que é mundial desde a década de 1990, e tomou forma no Brasil nos anos de 2010, mostra-se como um fator importante para que as mulheres procurem seus médicos ou postos de saúde, principalmente se estiver na faixa etária dos 50 anos ou se tiver sintomas como secreção nos mamilos, inchaço ou alteração na pelo do seio.

“É muito importante que a mulher conheça seu corpo. A maior parte dos cânceres não é detectada pelos profissionais, mas pelas próprias mulheres,” ressaltou Thaiane Villarinho.

Durante a live, questões foram levantadas e respondidas, como o caso de desodorante que contém alumínio cujo uso tem alertado algumas pessoas. O tema foi levantado pela internauta Marcia Gomes, mas refutada pela professora por não ter tido ainda embasamento científico.

Outra informação relevante foi a revelação de que o câncer de mama pode acometer também homens, mas de acordo com a professora em número menor.

“O total de homens que desenvolver câncer de mama chega a 1%. E os principais sintomas podem ser caroço nas axilas, inchaço na região do peito e alteração”, concluiu a especialista.

 

A mediadora Úrsula Dias, no encerramento, conclamou as mulheres a procurarem um médico.

“Se você, mulher, sentir qualquer alteração no seu corpo procure imediatamente um médico. Não tenha vergonha, mesmo se a doença estiver avançada. O tempo é um fator importante na cura”, concluiu Úrsula.

No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres. Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados. Esse valor corresponde a um risco estimado de 55,2/100 mil. As maiores taxas de incidência esperadas foram na Austrália e Nova Zelândia, nos países do Norte da Europa e na Europa Ocidental.

Independentemente da condição socioeconômica do país, a incidência desse câncer se coloca entre as primeiras posições das neoplasias malignas femininas.