Alunos da Faetec Campinho aproveitam o Dia Internacional da Mulher para uma verdadeira aula prática dos cursos de beleza

Ação reuniu diversos serviços gratuitos para a comunidade local, com participação dos estudantes dos cursos de depilação, trancista e manicure e pedicure, que aproveitaram o sábado para praticar o que vem sendo trabalhado na sala de aula

Celebrar as conquistas das mulheres ao longo do século é apenas uma das ações que o Dia Internacional da Mulher promove em 08 de março. Nas unidades Faetec, atividades em diferentes segmentos exaltaram a figura feminina no último fim de semana. Entre as ações, a unidade Campinho organizou uma manhã de serviços gratuitos tendo as alunas dos cursos de beleza como agentes de transformação para a comunidade local.

Segundo Caroline Alves, presidente da Faetec, a ação social, além de ser uma prestação de serviço à comunidade do entorno da instituição, também possibilita que os alunos possam praticar o que estão aprendendo e estabelecer laços ainda maiores com a unidade e as pessoas.

"É importante  que nossos alunos possam praticar as técnicas que são ensinadas em sala de aula, porque eles ganham ainda mais segurança sobre o que estão realizando, sem contar que nessas ações, você faz a integração do aluno com a sociedade, a humanização, o acolhimento com a sociedade, com a comunidade local. Por meio de atividades assim, eles  criam um olhar humanizado, acolhedor à população local. Isso só faz com que eles cresçam, não só enquanto profissionais, mas enquanto pessoas. Esse é um diferencial dos cursos, porque a gente trabalha com pessoas reais, o que proporciona um grande crescimento para eles", afirma a presidente.

Aluna do curso de trancista, Ellen Ribeiro, revela que está aprendendo técnicas diferentes no curso. Aos 18 anos, ela conta que já fazia tranças e procurou a unidade com a finalidade de se profissionalizar na área.

"Eu mesma fazia minhas tranças, aprendi com a minha mãe, que era quem trançava o meu cabelo até que eu tive a curiosidade para aprender também, sem contar que vi nessa atividade uma forma de ter uma renda extra. Cheguei no curso querendo muito aprender a fazer a trança nagô porque eu achava muito difícil e vi que não é, muito por conta da maneira como a professora ensina. Outra coisa que eu percebi é que eu trançava de forma errada e agora, além de otimizar o tempo, a técnica está fazendo com que eu faça os penteados de forma mais fácil, com mais agilidade", diz a aluna, supervisionada pela professora Daiane Nóbrega.

Assim como nos cursos de manicure e pedicure, maquiagem ou depilação, o mercado de tranças oferece a oportunidades para que as alunas possam empreender e dar os primeiros passos na montagem do primeiro negócio. Além disso, adquirir conhecimento sobre o que estão realizando, conforme explica Daiane, que ensina a arte das tranças há quatro anos.

"O mercado tem crescido muito com a valorização das mulheres negras e do cabelo crespo. Tenho, aproximadamente, vinte alunas por turma que, já na primeira semana, conseguem realizar as técnicas básicas. Aqui na Faetec, além de trançar, elas aprendem desde a história da trança, que é o ideal, aprender o porquê da trança, de onde a trança veio, até colocar uma extensão de cabelo chamada entrelace. São diferentes tipos de trança, como a nagô, box braids, gipsy, até os penteados para festas e casamentos, ou seja, uma infinidade de possibilidades que elas poderão usar com as futuras clientes", explica a professora que aponta para as vantagens de ganho na profissão. Segundo ela, a profissional que trabalha em um salão como trancista, pode chegar a receber um salário de R$1.800 por mês, no entanto esses ganhos podem dobrar se a trancista trabalha por conta própria.

Com o intuito de incentivar através dos exemplos, as alunas tiveram a presença de Allan Ferreira, professor de maquiagem que vem fazendo sucesso, especialmente no mundo do carnaval. Este ano, por exemplo, o profissional integrou a equipe de maquiagem e caracterização da campeã e da vice-campeã do Sambódromo, respectivamente, Unidos do Viradouro e Imperatriz Leopoldinense.

"A maquiagem é um universo amplo e o carnaval é mais um segmento onde podem atuar. Ao longo do período em que trabalhei na unidade, formei cerca de 70 alunos que hoje estão atuando no mercado de trabalho, alguns deles na minha equipe, inclusive. É muito bom participar destas ações que acontecem no Campinho para que, tanto a comunidade quanto os aprendizes, possam ver que o preparo para o mercado de trabalho é da melhor qualidade", diz Allan, que atuou na escola em 2021 e 2022.

De acordo com Marcos Silva, gestor da Faetec Campinho, ações sociais são importantes em diversos aspectos, sobretudo, se voltadas à comunidade do entorno.

"É uma via de mão dupla, pois estamos trabalhando o aprendizado técnico com a prática, e a parte social, com uma comunidade bastante carente. Quando esses alunos se deparam com a prática, eles se motivam e isto reduz a evasão. Nosso intuito é que eles se capacitem ao máximo para que possam empreender e ter sucesso nas áreas que desejarem", comenta.