Alunos da ETE de Saúde Herbert José de Souza assistem palestra de conscientização sobre Endometriose

No Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose (07), a Escola Técnica Estadual de Saúde Herbert José de Souza, vinculada à Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), reuniu alunos de todos os seus cursos para uma palestra com a jornalista Andrea Brígida, que é presidente da Associação Endo Mais Vida e há 12 anos fala sobre o tema, com o intuito de conscientizar as mulheres sobre a importância da identificação dos sintomas.

Cólicas menstruais intensas; dor durante a relação sexual, ao urinar ou ao evacuar; diarreia no período menstrual; ou dificuldade para engravidar são alguns dos sintomas mais comuns de uma doença que atinge milhões de mulheres brasileiras, a endometriose. A doença, que ainda não tem cura, tem sido objeto de estudo cada vez mais profundo, na tentativa de que os sintomas, muitas das vezes atribuídos a outras enfermidades, possam levar, o quanto antes, a um diagnóstico preciso que possa facilitar o tratamento.

“O grande problema da endometriose é que os sintomas são considerados corriqueiros ou normais, por conta da falta de informação. Além disto, eles podem ser confundidos com outras doenças, o que dificulta o diagnóstico. Eu mesma, demorei 15 anos para saber o que eu tinha, por isso, resolvi falar para o maior número de mulheres possível, porque somente a informação pode nos ajudar”, diz Andrea, que montou um perfil nas redes sociais especialmente para falar sobre a doença.

Estima-se que cerca de 176 milhões de mulheres ao redor do mundo tenham endometriose. A doença não tem uma origem definida, ainda que estudos apontem para fatores como hereditariedade e alimentação inadequada. Apesar de ser uma doença benigna, a enfermidade, que tem o útero como ponto inicial, pode espalhar-se por outros pontos do corpo, podendo haver necessidade de cirurgia em casos mais graves. Os sintomas mais clássicos podem apresentar-se a partir da adolescência, com a menarca (primeira menstruação), caso de Karoline Marques, estudante do curso Técnico em Análises Clínicas que, embora ainda não diagnosticada, acredita sofrer com a doença.

“Sofro com cólicas e sangramento desde os 10 anos, quando eu menstruei pela primeira vez. Já cheguei, inclusive, a desmaiar de tanta dor e há meses em que eu preciso ficar sentada debaixo do chuveiro quente para amenizar o sofrimento. Ainda não sei se tenho endometriose, mas fui diagnosticada com síndrome do útero policístico, cujos sintomas são muito parecidos. Estou ainda sendo avaliada para ter certeza e fazer o tratamento, mas conversas como esta só nos ajudam a ver que a informação é valiosa e que, às vezes, tem alguém passando pelas mesmas coisas e não sabe”, diz a estudante.

Segundo Brígida, relatos como o de Karoline são frequentes em todas as palestras. “É preciso tirar esse mito de que ter cólica e sentir dor é normal, ou a teoria de que depois que tiver os filhos, vai melhorar”, diz a jornalista.

Diagnosticada com a doença logo após o parto, Dayana Mourão conta que chegou a perder dias de trabalho por conta das dores.

“Descobri a endometriose há 12 anos. Meus sintomas mais fortes começaram logo após o meu parto, mas eu sempre sofri com cólicas, que eram vistas como normais. O sinal de alerta veio quando eu comecei a ter dores durante as relações sexuais e comentei com a minha médica, que rapidamente checou tudo. Cheguei a perder dias de trabalho com isso e hoje vejo que é necessário que se fale cada vez mais para que outras mulheres também possam ter essas respostas o quanto antes. A endometriose pode ser muito grave”, diz a estudante, que também cursa Análises Clínicas.