Professor da Faetec organiza livro sobre relações raciais no meio escolar


Como resultado de pesquisas e estudos raciais no meio acadêmico, nasceu o livro “Educação das relações raciais no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico: Estudos, Reflexões e Ações de Docentes”. A obra é uma coletânea de textos que trazem experiências e ponderações acerca de questões raciais, além de pesquisas e estudos sobre o assunto. Um dos organizadores do livro é o doutor em serviço social Alexandre do Nascimento, que é professor de Informática da Escola Técnica Estadual Oscar Tenório, unidade da Faetec na Zona Norte do Rio.

Desenvolvido para o III Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros da Região Sudeste (2019), o livro é uma proposta do Grupo de Pesquisas e Extensão de Estudos Afro-brasileiros ONDJANGO, que é oriundo da Faetec e coordenado pelo Dr. Alexandre juntamente com os docentes Jorge Rodrigues (Seeduc) e Caroline do Nascimento (rede municipal de Niterói).

Todos os membros são educadores de instituições públicas voltadas para a educação básica, técnica e tecnológica. O grupo oportuniza diálogos sobre o movimento negro, ações afirmativas e educação. Discussões sobre temáticas raciais são pertinentes ao meio acadêmico, pois mudanças podem ser geradas a partir do diálogo.

“Acredito que podemos promover uma transformação social antirracista, transformação de percepções a respeito de pessoas negras, assim como cultura negra e religiosidade negra, que fazem parte da cultura brasileira. Fazemos grandes esforços com cursos, publicações e pesquisas para mostrar a pertinência do assunto e oferecer reflexões e conteúdos para educadores desenvolverem isso nas escolas”, declarou o docente.

Inúmeros problemas sociais são gerados a partir do racismo. Discriminação, desigualdade, violência e preconceito são só alguns deles. O Dr. Alexandre acredita na necessidade de se discutir tais questões. Para ele, “tratar desses assuntos na educação é fundamental para que possamos superar isso. A educação tem esse papel de formar novas consciências sobre determinadas visões e comportamentos”, manifestou.

E não é de hoje que o professor se empenha em envolver a educação em sua missão antirracista. Docente da Faetec desde 1998, ele conta que o ativismo negro é uma parte importante de sua trajetória. “Em 1993 ajudei a fundar o pré-vestibular para negros e carentes e, a partir disso, engajei numa militância na área de educação e no seu uso como ferramenta de combate ao racismo”, destaca Alexandre.