Com projetos brilhantes, ETE República abre sua exposição de Cultura, Ciência e Tecnologia

A Escola Técnica Estadual República de Quintino, unidade vinculada à Rede Faetec, abriu suas portas e a mente para receber a Semana de Cultura, Ciência e Tecnologia, evento em comemoração à 19º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).  A mostra aconteceu entre 21 e 24 com exposições e palestras.

Com 18 projetos, a exposição deu mostra da explosão de talentos que há na unidade. Trabalhos inclusivos e com forte denotação cidadã, como a “Smart City" ou cidades inteligentes, muito bem explicado pelos alunos do 3º Ano do curso de Telecomunicações; ou ainda o "robô segue trilho'', da turma de Eletrônica. Outro destaque ficou com o Monitoramento Remoto de Ambiente, que levou em conta a segurança das pessoas dentro de suas casas, confeccionado também por alunos do curso Técnico de Telecomunicações.

Para o diretor da unidade, João Claudio Pinho (JC), a Feira já é tradicional e um importante momento para que os alunos mostrem seus trabalhos, que são desenvolvidos ao longo do curso dentro da escola.

“A Feira é um incentivo que o professor faz para que eles busquem o aprimoramento estudantil e profissional. Além disso, serve como motivação para que os próximos alunos, no próximo ano, façam trabalhos ainda melhores do que foi feito no ano anterior”, disse JC, que assumiu um novo mandato na direção em julho deste ano.

Diretora Técnica da Feira, Rosymere Cersosimo, que também assumiu em julho deste ano, explica que todos os projetos fazem uma integração com a formação geral, pensando em feiras e mostras fora da ETE República. Segundo a professora, este ano foi estipulado a Feira ter uma cara mais técnica, tanto na formulação de documentos  quanto na apresentação dos projetos para feiras externas, já que a pandemia prejudicou muito a didática no período. E explica a importância das mostras dos trabalhos.

“As feiras são a culminância dos projetos que os alunos fazem desde o início do ano, quando eles realizam esses projetos, além da vivência da pesquisa e da produção de material, como no caso do curso de Games. Eles adquirem aquela  vivência  de uma confecção de um projeto e levam esse aprendizado para a vida toda. E o principal, eles saem da rotina de sala de aula, que mais a frente, na vida profissional deles, eles vão usar como base de experiência, como o trabalho em equipe e cumprimento de prazos”, afirmou Rosymere.

Para os alunos envolvidos na Feira, a experiência por expor seus trabalhos, realizados ao longo do ano, era contagiante. Todos estavam muito bem preparados e as explicações saíam fáceis de suas bocas e mentes. Por exemplo: as explicações de Thamires Gomes Lima, 18, aluna de Telecomunicações, tratavam da importância da chegada do 5G e de como poderá facilitar a vida das pessoas e empresas.

“O país pioneiro nessa tecnologia foi a Coréia do Sul, no entanto, apesar disso, a China assumiu a liderança nessa área. A implantação do 5G vai possibilitar uma comunicação mais rápida com volume maior de tráfego e poderá ser utilizada para facilitar diversas áreas, como em cirurgias a longa distância”, explicou Thamires.

Já na entrada da sala 211, um banner exposto com referência ao Pêndulo de Newton - dispositivo que pode ser utilizado em sala de aula no ensino da conservação da quantidade de movimento e da energia mecânica nas colisões, e de uma pirâmide dos alimentos, além de uma mesa com simulacros de vegetais. A turma do curso de  Enfermagem, em parceria com a Universidade Estácio de Sá, dava dicas de como montar um prato saudável e apetitoso. No interior, medição de glicose e interação.

Com arqueólogos tentando escapar de tumbas ou fugindo do monstro inspirado no corona vírus, quem também mandou muito bem foi a galera do curso de Programação de Jogos Digitais, com trabalhos criativos, que chamou a atenção do público. Um dos criadores do game “Lava Jump”, Wilson Guedes, 18, falou sobre a dificuldade que tiveram para desenvolver o projeto devido à pandemia.

“Focamos primeiramente na arte do jogo e na história, quando adquiri, aqui no curso, mais conhecimento sobre programação. A partir de agora vamos desenvolver melhor o jogo até estar totalmente pronto”, disse Wilson.

Outro game de bastante sucesso foi “Robola”, criados pelos alunos João Montenegro; João Pedro Cavalcante; e Julia Gontijo. Montenegro falou também de como desenvolveu o game e da inspiração para programar o coronavírus como o vilão da história. “Tivemos que montar tudo este ano devido à pandemia. Na verdade, comecei a ter mais interesse em programação quando teve início as aulas do 3º Ano”, disse João, 18, morador do bairro de Água Santa.

Atração na Feira, os alunos do 3º do curso de Mecânica montaram, reunindo sucata, uma furadeira de bancada funcional, que pode facilitar no futuro breve a vida de muitos profissionais. Líder no projeto, Gabriel Rodrigues falou da importância da Feira. “A feira serve para mostrar o aprendizado durante o curso. Desde o início, é onde podemos aplicar o conhecimento adquirido durante todo esse período”, disse Gabriel, 18.

A galera da turma de Eletrônica trouxe à mostra, o conceito de máquinas autônomas.  Muito utilizado nas indústrias, o uso de robôs é cada vez maior em sua produção, como explica Gabhriel Heringer, 18. “A indústria já usa largamente essa tecnologia no transporte dentro das fábricas de cargas e insumos. A intenção é demonstrar ao público como funciona essa tecnologia”, disse, Gabhriel.

 

Cidades Inteligentes, um novo conceito em destaque

Dois grupos de alunos do 3º Ano do curso de Telecomunicações e um do 2º Ano trouxeram à Feira conceitos de projetos com forte viés cidadão e de inclusão. As alunas Thaís Ferreira, 16 anos; Maria Eduarda Souza; 17; e Rana Gabrieli, 16; abordaram o uso da Inteligência Artificial (AI) no dia a dia e como afeta e facilita isso nossas vidas.

Já os alunos do 3º Ano explicarem as chamadas Smarts City, ou cidades inteligentes. Foi apresentada uma maquete que simulava o funcionamento de um semáforo, que controla o fluxo de veículos, dependendo da movimentação dos transportes em determinado momento, sem que seja necessário programá-los constantemente como é hoje. Isso, inclusive com detecção de período chuvoso em que as pistas ficam escorregadias e sujeitas a acidentes.

Outro grupo apresentou uma cozinha que fora montada para explicar sobre o monitoramento remoto de casas e ambientes, facilitando a segurança de seus moradores, como em caso de um escapamento de gás, através de sensores e software que contactam os proprietários de alterações no ambiente, e que, remotamente, pode ser controlado. Como explicou Pedro Landim.

“Esta tecnologia já está presente em muitos lugares. A intenção é levá-la ao máximo de pessoas possíveis. Imagina uma pessoa idosa, cuja casa acontece um vazamento de gás, ser rapidamente detectado antes de causar prejuízo à vida dela. Para facilitar a identificação de acidentes, criamos um sistema de alarme sonoro e luminoso para atender deficientes visuais e auditivos”, disse Landim.

 

Moda e contemporaneidade presente

Se a intenção foi chocar o público, os alunos do curso de Produção de Moda do Segundo Período, com a exposição da disciplina do “Laboratório de Criação: desenvolvendo uma narrativa inspiradora”, foram aprovados com louvor.  Numa sala com luzes direcionadas aos modelos criados, um desavisado ficaria na dúvida se estaria adentrando numa exposição de arte ou num museu. Havia modelos confeccionados com garrafas PETs, plásticos e papéis, com exceção de tecidos.  Os alunos criaram uma colagem aleatória sem saber no que iria dar.  Escolheram um autor e desenvolveram um desenho que serviu de base para as peças conceituais desenvolvidas em croquis.

Maria Stella Bayma, diretora do curso, explica como se deu a ideia da exposição. “Esses projetos foram feitos no semestre passado. E como este ano a SNCT tem como referência o Bicentenário da Independência, sugeri à professora Fabíola, orientadora dos alunos, que aprofundássemos o trabalho na Feira. Resolvemos montar a exposição desta forma para ser como uma imersão num museu”, disse orgulhosa Maria Stella.